Psicologia

Psicologia

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Ressistência



A resistência seria o conjunto de fatores que dificultam o andamento do processo terapêutico. Esses fatores, em sua maioria, são inconscientes. Trocar palavras, esquecer o horário, perder as chaves do carro, e assim por diante.


Mas uma boa dose deles são determinados conscientemente: marcar outros compromissos na hora da terapia, encher o tempo da sessão com conversa fiada, restringir os assuntos que podem ser falados, etc.. sempre digo que isso é algo completamente natural quando estamos em processo terapêutico, é difícil expor nossas fraquezas e olhar para as feridas da alma. Portanto é fundamental que o paciente tome consciência disso e se comprometa com seu tratamento, senão é impossível mudar. É como ir ao médico com a perna quebrada, ele pedir para engessar e você não deixar. Porém, cada paciente tem o seu tempo. Gosto muito dessa frase da Monja Coen sobre como isso se dá na relação mestre-discípulo no zen budismo: ”No zen, costumamos dizer que o relacionamento do mestre com o discípulo deve ser como o da galinha com o pintinho. A galinha fica lá, chocando seu ovo e, de vez em quando, dá uma bicada na casca para ver se já pode abrir. Enquanto o pintinho não responde com uma batidinha, a galinha não quebra a casca do ovo. O mestre age da mesma forma. Ele nunca abre a casca do discípulo antes da hora, pois é preciso que haja uma resposta de dentro. É muito importante respeitar o tempo de cada um, sem querer forçar ou exigir nada de que o outro ainda não dê conta.” A resistência é como a casca do ovo, que protege o pintinho, até que ele possa sair dali para se relacionar por inteiro com tudo o que está à sua volta. Então vamos quebrando, mas vamos quebrando devagarzinho, para não quebrar a estrutura da casa do pintinho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário