Ressistência
A resistência seria o conjunto de fatores que dificultam o
andamento do processo terapêutico. Esses fatores, em sua maioria, são
inconscientes. Trocar palavras, esquecer o horário, perder as chaves do
carro, e assim por diante.
Mas uma boa dose deles são determinados conscientemente:
marcar outros compromissos na hora da terapia, encher o tempo da sessão
com conversa fiada, restringir os assuntos que podem ser falados, etc..
sempre digo que isso é algo completamente natural quando estamos em
processo terapêutico, é difícil expor nossas fraquezas e olhar para as
feridas da alma. Portanto é fundamental que o paciente tome consciência
disso e se comprometa com seu tratamento, senão é impossível mudar. É
como ir ao médico com a perna quebrada, ele pedir para engessar e você
não deixar. Porém, cada paciente tem o seu tempo. Gosto muito dessa
frase da Monja Coen sobre como isso se dá na relação mestre-discípulo no
zen budismo: ”No zen, costumamos dizer que o relacionamento do mestre
com o discípulo deve ser como o da galinha com o pintinho. A galinha
fica lá, chocando seu ovo e, de vez em quando, dá uma bicada na casca
para ver se já pode abrir. Enquanto o pintinho não responde com uma
batidinha, a galinha não quebra a casca do ovo. O mestre age da mesma
forma. Ele nunca abre a casca do discípulo antes da hora, pois é preciso
que haja uma resposta de dentro. É muito importante respeitar o tempo
de cada um, sem querer forçar ou exigir nada de que o outro ainda não dê
conta.” A resistência é como a casca do ovo, que protege o pintinho,
até que ele possa sair dali para se relacionar por inteiro com tudo o
que está à sua volta. Então vamos quebrando, mas vamos quebrando
devagarzinho, para não quebrar a estrutura da casa do pintinho!
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