Psicologia

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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Entendendo a diversidade (de níveis de consciencia).

Os problemas estão as claras.
Acredito na evolução! Em uma evolução criativa da consciência. Nesse processo dinâmico, a que todos os seres sencientes estão submetidos, pode aparecer sinais e sintomas de patologias. Vários estudiosos do setor da evolução identificaram que a consciência evolui passando por estágios e níveis de desenvolvimento e crescimento. A consciência possui por assim dizer um “espectro” da mesma forma que a luz divide-se em diversas freqüências que caracterizam o espectro eletromagnético. O espectro da consciência está caracterizado por esses níveis e estágios do desenvolvimento e crescimento da consciência. A evolução da consciência apresenta altos e baixos e torna-se importante para todos nós, envolvidos no processo de autodescoberta e autoconhecimento, a constatação do seguinte fato: passamos por estágios e níveis de desenvolvimento e crescimento. Dependendo do nível/estágio que se encontra a consciiencia compreende-se de forma diferente os diversos aspectos do crescimento pessoal.
Esses aspectos do desenvolvimento e crescimento da consciencia são chamados pelos estudioso da psicologia transpessoal de “linhas de desenvolvimento”. Assim temos a linha de desenvolvimento da moral, da cognição, da emoção, da fé e assim por diante, ou seja, há várias linhas de crescimento e desenvolvimento que a consciência possui para a a evolução. Cada uma dessas linhas são abordadas, vivenciadas de acordo com o nível/estágio de desenvolvimento em que se encontra a consciencia. Que maravilha essa compreensão!!! Se estou em determinado nível/estágio egoísta, por exemplo, a realidade que criarei para o meu viver será baseada nessa visão de mundo, ou seja, fé, cognição, moral, emoção, sentimentos serão vistos apenas sob a visão egoísta. Se estou em um nível/estágio etnocêntrico, que reconhece o outro e respeita suas diferenças, a maneira como abordarei e criarei minha realidade será baseada agora sob os auspícios dessa visão de mundo. E, assim, temos um espectro da consciência onde a humanidade se distribui com seus próprios níveis/estágios. São 7 bilhões de consciência no planeta Terra. Para exemplificar vamos seguir a linha do desenvolvimento moral que pode ser compreendida em egocêntrica, etnocêntrica e globocêntrica. No estágio egocêntrico, a consciência age baseada no eu e nada mais importa; na visão etnocêntrica, a consciência age no mundo transcendendo a visão egocêntrica, incluindo-a em sua constituição e valoriza o outro na visão globocêntrica, a consciência além do eu, do outro ele valoriza a todos, isto é, a consciência conseguiu transcender os estágio predecessores e inclui-los na sua constituição.
Nesse processo dinâmico e criativo da evolução da consciência pode-se encontrar distorções e patologias diversas e confusões exatamente devido ao espectro da consciência. A consciência evolui obedecendo a um principio de diferenciação e integração. Existe por assim dizer uma “dialética do progresso”. Vou explicar! Quando saltamos de forma criativa para um estágio posterior do desenvolvimento, a consciência ou resolve os problemas do estágio anterior ou deflagra novos e recalcitrantes problemas do novo estágio, problemas mais difíceis e complexos. Cada novo nível vai enfrentar problemas que não havia nos níveis precedentes. Cães tem câncer; átomos não! A consciência terá novas possibilidades, novas maravilhas, novos medos, novos problemas, novos desastres que aparecem com a evolução. Ela evolui baseada no principio da diferenciação e integração e, as vezes, aí se encontram os motivos das diversas patologias da modernidade.
 A consciência nesse processo dinâmico de evolução criativa, confunde diferenciação com dissociação, isto é, confunde a diversidade, as diferenças com separação. Em um processo que deveria transcender, diferenciar e incluir ela transcende e reprime. A diferenciação vira dissociação. Uma coisa é diferenciar mente e corpo, outra bem diferente é dissociar (separar) ambos. Podemos diferenciar cultura da Natureza, mas separá-las é patológico. Ken Wilber resumiu de forma perfeita esse processo: ” Diferenciação é o prelúdio da integração; Dissociação é o prelúdio do desastre”. Você tem escolhas. Você pode transcender e incluir, receber, integrar e respeitar ou você pode transcender e reprimir, negar, alienar e oprimir. “Quanto mais brilhante é a luz, mas obscura é a sombra” (Ken Wilber).
A evolução criativa obedece uma hierarquia natural de desenvolvimento. Durante o processo evolutivo o “todo” de um estágio se torna “parte” do todo do próximo estágio. Há, portanto, um todo/parte, isto é, átomos inteiros são partes de moléculas. Moléculas inteiras são parte de células. Células inteiras são partes de organismos e assim indefinidamente. Isso é a hierarquia natural no processo evolutivo em que há um aumento da complexidade da forma. No entanto, podemos observar algumas hierarquias patológicas nesse processo. Há uma arrogância de algumas partes que não toleram serem apenas partes de um todo. Elas querem ser o próprio todo e ponto final. Querem dominar. O poder substitui a comunhão de suas partes; a dominação substitui a comunicação; a opressão substitui a reciprocidade e assim essas hierarquias patológicas deixam suas marcas a ferro e fogo na carne torturada de incontáveis milhões, um rastro de horror, pois não conseguem transcender sem reprimir.

 O espectro da consciência possui altos e baixos em seu processo dinâmico de evolução criativa. Fragmentamos esse desenvolvimento e esse crescimento. Observa-se também que estruturas superiores podem ser subjugadas por impulsos inferiores. Você não pode fazer genocídio com apenas um arco e flecha, mas com uma bomba atômica… A semente precisa se diferenciar para crescer até ser uma árvore. Mas, se você vê cada diferenciação como uma dissociação, confunde-se totalmente as duas coisas. Então, as vezes, você passa a ver a árvore como uma “violação” da semente e a árvore passa a ser um problema e a solução seria: devemos voltar ao maravilhoso estado de semente. A solução é exatamente o oposto. Encontrar os fatores que impedem as sementes de se realizarem como árvores e remover esses obstáculos, de modo que a diferenciação e a integração possam ocorrer naturalmente em vez de dissociar e fragmentar. Não devemos acabar com as hierarquias patológicas destruindo as hierarquias naturais. Devemos incluir a hierarquia patológica em atitude de compaixão, comunhão e cuidado.


Em um nível primordial, tudo aquilo que constitui o mundo material esta interconectado. Toda matéria guarda um comportamento onde não há separação e fragmentação. Há comunicação coerente e totalidade. Durante milhares, milhares e milhares de anos de evolução, a consciência vive um dualismo entre transcendência e imanência. Porém, com o conhecimento dos princípios da física quântica compreende-se agora que a consciência vive SIMULTANEAMENTE a transcendência e a imanência, isto é, a consciência utiliza-se de “ferramentas” de expressão que são ao mesmo tempo possibilidades (transcendência) e fato manifesto (imanência). A dualidade é apenas uma aparência. Nessa fragmentação, nesse dualismo, a consciência confunde diferenciação com dissociação, inclusão com repressão e adquiri “patologias” que aos poucos e poucos serão de alguma forma incluídas na sua constituição para compor a totalidade da criação. Assim, torna-se importante a compreensão desses altos e baixos da evolução da consciência e desenvolvermos uma atitude participativa no Universo e , ao mesmo tempo, uma prática de vida integral levando em consideração todos os apectos do desenvolvimento e crescimento da consciência.



Estudar, meditar, contemplar, orar, praticar atividade física, dialogar, reconhecer e aceitar seus aspectos reprimidos (suas sombras), meditar mais um pouco, em suma: VIVER DE FORMA COERENTE.
Dessa forma poderemos superar todos os problemas, inclusive as nossas próprias patologias.
Abraços fraternos

Dr Milton Moura

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