Psicologia

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Tudo que vicia começa com "C"

Por alguma razão que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios.

Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei, pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra C! 

De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com "C".Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra "C". Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com "C".

Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seu chimarrão que também – adivinha – começa com a letra "C". Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não?

Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenômeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois "Cês" no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum.Impressionante, hein?

E o computador e o chocolate?Estes dispensam comentários. Os vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana.

Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada“créeeeeeu”. Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade… cinco. Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra "C".

Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o “ato sexual”, e este é denominado coito.

Pois é. Coincidências ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção: nem tudo que começa com cê vicia.

Se fosse assim, estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura…


terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Tamanho das Pessoas

Os Tamanhos variam conforme o grau de envolvimento...

Uma pessoa é enorme para você, quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena para você quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas:
A amizade, o respeito, o carinho, o zelo, e até mesmo o amor.
Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto com você. E pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas.
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande...
É a sua sensibilidade, sem tamanho.

Willian Shakespeare

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Ghandi e seu professor arrogante

gandhiQuando Gandhi estudava Direito na Universidade de Londres, havia um professor, cujo sobrenome era Peters, que sentia animosidade por Gandhi, e porque Gandhi nunca abaixou a cabeça pra ele, suas discussões eram bem comuns.

Um dia, o Sr. Peters estava almoçando no refeitório da universidade e Gandhi veio com sua bandeja e sentou-se próximo ao professor. O professor, em sua arrogância, disse: “Sr. Gandhi, você não entende... Um porco e um pássaro não sentam juntos para comer”, ao que Gandhi respondeu: “Não precisa se preocupar, professor, voarei embora”, saiu e sentou-se em outra mesa.

O Sr. Peters, verde de raiva, decide vingar-se no próximo teste, porém Gandhi responde brilhantemente a todas as perguntas. Então, o Sr. Peters lhe fez a seguinte pergunta, “Sr. Gandhi, se você caminha pela rua e encontra um pacote, e dentro há um saco de sabedoria e outra com bastante dinheiro; qual delas você vai pegar?”

Sem hesitar, Gandhi respondeu: “A que tem dinheiro, é claro!”

O Sr. Peters, sorrindo, disse: “Eu, em seu lugar, teria pego o da sabedoria, não acha?”

“Cada um pega o que não tem”, respondeu Gandhi com indiferença.

O Sr. Peters, já histérico, escreve na folha de prova a palavra “idiota” e entrega a Gandhi. Gandhi pega a folha de exame e se senta. Alguns minutos depois, Gandhi vai até o professor e diz, “Sr. Peters, você assinou a folha, mas não me deu a nota”.

Moral da História: Semeie tolerância e paz. Mas seja firme com quem lhe tratar com desprezo. Ser gentil não é ser servil, nem saco de pancadas.


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O significado dos sonhos por Carl Jung.

Pensar que os sonhos possuem significado é uma tese ousada. Na Antiguidade, muitos povos pensavam que o sonho tinha significado e alguns sujeitos especiais, como profetas ou sacerdotes, tinham a habilidade de transcrever a mensagem em uma linguagem compreensível. Com o surgimento da ciência moderna, a nossa cultura ocidental foi cada vez mais desvalorizando esta tese. O sonho se transformou em uma banalidade, em um absurdo, em algo sem lógica e sem sentido.

Apenas com a obra de Freud, A Interpretação dos Sonhos, os sonhos voltaram a ganhar importância no conhecimento que cada sujeito tem de si mesmo. Ainda assim, muitas e muitas pessoas continuam acreditando que os sonhos são destituídos de sentido.

Para Jung, “O sonho é, conforme sabem, um fenômeno natural. Não é fruto de uma intenção. Não podemos explicá-lo a partir de uma psicologia que provém da consciência. Trata-se de um modo específico de funcionamento que não depende da vontade e do desejo, da intenção ou do objetivo do Eu Humano. É um acontecimento não intencional, assim como todos os acontecimentos da natureza” (JUNG, 2011, p. 16)

Certas pessoas também descartam a relevância dos sonhos pois dizem que não conseguem se lembrar do que sonham e chegam até duvidar de que sonham. A verdade, cientificamente comprovada, é de que todos nós sonhamos. Apenas não conseguimos nos lembrar de todos os sonhos ou conseguimos e, ao longo do dia, vamos nos esquecendo, com a continuidade da atividade consciente.

Jung, ao longo de sua carreira, encontrou 4 tipos de significados para os sonhos:

Apesar de longa, a citação abaixo é fundamental para entendermos a sua concepção a respeito da vida onírica:

1) O sonho representa a reação inconsciente frente a uma situação consciente. Uma determinada situação consciente é seguida por uma reação do inconsciente na forma de um sonho, trazendo conteúdos que – de modo complementar ou compensatório – apontam claramente para uma impressão que se obteve durante o dia. É evidente que o sonho jamais teria se formado na ausência de determinada impressão obtida no dia anterior.

2) O sonho representa uma situação que é fruto de um conflito entre consciência e inconsciente. Nesse caso, não existe uma situação consciente que pode, em maior ou menor grau, ser responsabilizada pelo mesmo, e sim, lidamos aqui com certa espontaneidade do inconsciente. O inconsciente acrescenta a uma determinada situação consciente uma outra situação, a qual difere de tal modo da situação consciente que se forma um conflito entre ambas.

3) O sonho representa a tendência do inconsciente cujo objetivo é uma modificação da atitude consciente. Nesse caso, a posição oposta assumida pelo inconsciente é mais forte do que a posição consciente: o sonho representa um declive que se origina no inconsciente e vai em direção à consciência. Trata-se de sonhos especialmente significativos. Podem transformar alguém que assume uma determinada atitude por inteiro.

4) O sonho representa processos inconscientes que não evidenciam uma relação com a situação consciente. Sonhos dessa espécie são muito peculiares e, devido ao seu caráter estranho, não podem ser interpretados facilmente. O sonhador se admira tanto por sonhar algo assim, pois nem mesmo uma relação condicional pode ser estabelecida. Trata-se de um produto espontâneo do inconsciente que porta toda a atividade e é altamente significativo. São sonhos imponentes. Sonhos que os primitivos designam de “sonhos grandes”. São de natureza oracular, “somnia a deo missa” (sonhos enviados por Deus). São experimentados como uma iluminação (JUNG, 2011, p. 18).

Portanto, podemos falar de 4 tipos de sonhos, de acordo com a relação consciente e inconsciente. O primeiro sonho indica um tipo de sonho tipicamente consciente, de um evento ou situação do dia anterior. O segundo advém de um conflito entre a posição consciente e a posição do inconsciente. O terceiro significa uma forma na qual determinados conteúdos inconscientes interferem na consciência, a fim de modificá-la. E, por sua vez, o quarto são os sonhos raros – chamados de “grandes sonhos” – e que servem de orientação para todo uma fase da personalidade. Incluem-se aqui os sonhos de infância e os sonhos decisivos.

5 possibilidades de origem dos sonhos:


1) Origem somática: eventos que ocorrem no interior do corpo e podem suscitar conteúdos na atividade onírica.

2) Eventos externos: como ruídos, frio ou calor, iluminação que podem ser percebidos inconscientemente e afetar o contexto do sonho.

3) Eventos psíquicos: eventos que podem ocorrer externamente e que afetam – ainda que de forma desconhecida – na mensagem do sonho. Jung cita dois exemplos. De uma criança que sonhou que anjos estavam levando o seu irmão e, quando acordou, o irmão havia falecido. E o segundo, no qual uma criança sonha que a mãe quer se matar e, acordando sobressaltada, encontra a mãe prestes a cometer suicídio.

4) Acontecimentos passados: memórias também podem servir de fonte para o que sonhamos, tanto acontecimentos próximos como remotos.

5) Acontecimentos futuros: eventos que ainda não aconteceram, mas que são pressentidos e aparecem nos sonhos. Lembro aqui de uma colega da minha pós que sonhou que um colega de trabalho estava entregando uma chave de um fusca amarelo para ela. Ela anotou o sonho e se esqueceu totalmente. 2 anos depois, ela comprou este fusca. Este é um exemplo simples, mas descreve uma possibilidade para o surgimento dos sonhos que não é infrequente de acontecer, às vezes com um simbolismo maior.