Psicologia

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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Envelhecer com Sabedoria..

Nossa vida compara-se à trajetória do sol. e manhã o sol vai adquirindo cada vez mais força até atingir o brilho e o calor do apogeu do meio dia. Depois vem a enantiodromia.
Seu avançar constante não significa mais aumento e sim diminuição de força. Sendo assim, nosso papel junto ao jovem difere do que exercemos junto a uma pessoa mais amadurecida.
 No que se refere ao primeiro, basta afastar todos os obstáculos que dificultam sua expansão e ascensão. Quanto à última, porem, temos que incentivar tudo quanto sustente sua descida.
Um jovem inexperiente pode pensar que os velhos podem ser abandonados, pois já não prestam para nada, uma vez que sua vida ficou para trás e só servem como esocras petrificadas do passado...

O entardecer da vida humana é tão cheio de significação quanto o período da manhã. Só diferem quanto ao sentido e intenção. O homem tem dois tipos de objetivos. O primeiro é o objetivo natural, a procriação à proteção da prole; para tanto é necessário ganhar dinheiro e poisção social.
Alcançado esse objetivo, começa a outra fase: o do objetivo cultural. Para atingir  primeiro objetivo, a natureza ajuda; e além dela a educação. Para o segundo objetivo, contamos com pouca ou nenhuma ajuda.
Frequentemente reina um falso orgulho que nos faz acreditar que o velho tem que ser como o moço, ou, pelo menos, fingir que o é, apesar de no íntimo não estar convencido disso.
 É por isso que a passagem da fase natural para a fase cultural é tão tremendamente dificil e amarga para tanta gente; agarram-se às ilusões da juvenrtude ou a seus filhos para assim salvar um resquício de juventude.
Pode-se notar isso principalmente nas mães que põem nos filhos o único sentido da vida e acreditam cair num abismo sem fundo se tiverem que renunciar a eles. Não é de admirar que muitas neuroses graves se manifestem no início do outono da vida. É uma espécie de segunda puberdade ou segundo período de "impetuosidade" não raro acompanhado de todos os tumultos da paixão. Mas as antigas receitas não servem mais para resolver os problemas que se colocam nesta idade. Tal relógio não permite girar os ponteiros para trás.

O que a juventude encontrou e precisa encontrar fora, o homem no entardecer da vida tem que encontrar dentro de si.

Do livro: Psicologia do Inconsciente.
Carl Gustav Jung

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Mestre Carl Jung

"Conheça todas as teorías,domine todas as técnicas,mas  ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana."

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Aprendendo a viver

Thoreau era um filósofo americano que, entre coisas mais difíceis de se assimilar assim de repente, numa leitura de jornal, escreveu muitas coisas que talvez possam nos ajudar a viver de um modo mais inteligente, mais eficaz, mais bonito, menos angustiado.
Thoreau, por exemplo, desolava-­se vendo seus vizinhos só pouparem e economizarem para um futuro longínquo. Que se pensasse um pouco no futuro, estava certo. Mas «melhore o momento presente», exclamava. E acrescentava: «Estamos vivos agora.» E comentava com desgosto: «Eles ficam juntando tesouros que as traças e a ferrugem irão roer e os ladrões roubar.»
A mensagem é clara: não sacrifique o dia de hoje pelo de amanhã. Se você se sente infeliz agora, tome alguma providência agora, pois só na sequência dos agoras é que você existe. Cada um de nós, aliás, fazendo um exame de consciência, lembra-­se pelo menos de vários agoras que foram perdidos e que não voltarão mais. Há momentos na vida que o arrependimento de não ter tido ou não ter sido ou não ter resolvido ou não ter aceito, há momentos na vida em que o arrependimento é profundo como uma dor profunda.
Ele queria que fizéssemos agora o que queremos fazer. A vida inteira Thoreau pregou e praticou a necessidade de fazer agora o que é mais importante para cada um de nós.
Por exemplo: para os jovens que queriam tornar­se escritores mas que contemporizavam — ou esperando uma inspiração ou se dizendo que não tinham tempo por causa de estudos ou trabalhos — ele mandava ir agora para o quarto e começar a escrever.
Impacientava-­se também com os que gastam tanto tempo estudando a vida que nunca chegam a viver. «É só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos que começamos a saber.»
E dizia esta coisa forte que nos enche de coragem: «Por que não deixamos penetrar a torrente, abrimos os portões e pomos em movimento toda a nossa engrenagem?» Só em pensar em seguir o seu conselho, sinto uma corrente de vitalidade percorrer­-me o sangue. Agora, meus amigos, está sendo neste próprio instante.
Thoreau achava que o medo era a causa da ruína dos nossos momentos presentes. E também as assustadoras opiniões que nós temos de nós mesmos. Dizia ele: «A opinião pública é uma tirana débil, se comparada à opinião que temos de nós mesmos.» É verdade: mesmo as pessoas cheias de segurança aparente julgam-­se tão mal que no fundo estão alarmadas. E isso, na opinião de Thoreau, é grave, pois «o que um homem pensa a respeito de si mesmo determina, ou melhor, revela seu destino».
E, por mais inesperado que isso seja, ele dizia: tenha pena de si mesmo. Isso quando se levava uma vida de desespero passivo. Ele então aconselhava um pouco menos de dureza para com eles próprios. O medo faz, segundo ele, ter­se uma covardia desnecessária. Nesse caso devia-­se abrandar o julgamento de si próprio. «Creio», escreveu, «que podemos confiar em nós mesmos muito mais do que confiamos. A natureza adapta­se tão bem à nossa fraqueza quanto à nossa força.» E repetia mil vezes aos que complicavam inutilmente as coisas — e quem de nós não faz isso? —, como eu ia dizendo, ele quase gritava com quem complicava as coisas: simplifique! simplifique!
Clarice Lispector

Sentido - Carl Jung

Aquilo que na vida tem sentido, mesmo sendo qualquer coisa de mínimo, prima sobre algo de grande, porém isento de sentido.